Qualidade de Vida e Cidadania foi à tônica do 3º Encontro da Mulher do Sitracom BG. O evento realizado na noite da última sexta-feira (10/6), na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sitracom BG), reuniu uma plateia de pelo menos 150 pessoas, entre trabalhadoras e trabalhadores. Na oportunidade, além de assistir as palestras propostas, os participantes tiveram a chance de conversar e debater assuntos pertinentes ao tema.
O presidente do Sindicato, Itajiba Soares Lopes, ficou satisfeito com os resultados desta terceira edição do evento. “Nossa intenção é a de promover as condições de igualdade para todos e consideramos que a mulher precisa de uma atenção especial, pois por incrível que pareça, ela continua sendo discriminada”.
Para Itajiba, a luta contra a discriminação, ampliação das conquistas e garantias dos direitos das mulheres deve ser uma prática constante. “Apesar de todas as provas de capacidade que já deram, elas continuam a ser colocadas de lado. Isto tem que acabar e o Sitracom BG, enquanto entidade dedicada às causas dos trabalhadores, estará sempre junto delas”, argumentou.
O diretor de Educação do Sitracom BG, Ivo Vailatti, que coordenou o evento, faz coro ao presidente. “Tivemos nesta noite mais uma oportunidade de debater a situação e as possíveis soluções para os problemas de discriminação que atingem as mulheres. Sabemos das dificuldades que elas enfrentam no seu dia a dia e também sabemos que somente com o envolvimento de todos é que a situação poderá mudar. Este é o desafio, vencer as injustiças e deixar nossa sociedade um pouco mais justa”, comentou Vailatti.
O tema “Qualidade de Vida e Cidadania” foi abordado no encontro em duas palestras. O médico Arlindo Luiz Disconzi falou sobre qualidade de vida. Para ele é preciso que as pessoas contextualizem o que desejam. “Sendo assim, é importante que saibamos que vida queremos ter. Temos que saber que felicidade não é obra do acaso e que ela pode ser conquistada, mas com qualidade de vida”.
Disconzi diz que é preciso que todos, homens ou mulheres, estejam preparados para a vida, que é cheia de altos e baixos. “Esta preparação deve se dar nos mais variados sentidos: a cabeça deve estar bem e, para isso, o cérebro deve estar sempre sendo exercitado. Além disso, não se pode esquecer da saúde do corpo, que é extremamente importante. Cuidando disso e também da espiritualidade pode-se ter uma boa qualidade de vida”, disse o médico.
O segundo palestrante da noite, o advogado trabalhista Manuel Skrebfky, abordou o tema cidadania em sua palestra sobre assédio moral. Ele descreve o assédio moral como um conjunto de violências praticadas pelos superiores hierárquicos contra um trabalhador ou mesmo um grupo. “Na grande maioria das vezes, as mulheres são as maiores vítimas destes abusos”, observa o advogado. Para ele, é importante que os trabalhadores saibam identificar o assédio moral e estar preparado para lutar contra estas agressões.
“Normalmente os casos são caracterizados por perseguições constantes, com destratos, disseminação de boatos e ameaças. Os chefes dão instruções confusas, criam erros imaginários ou simplesmente passam a ignorar a pessoa. É preciso lutar contra isso, pois o assédio moral causa grandes problemas, atentando diretamente contra a dignidade da mulher e do homem no seu local de trabalho”, observa o advogado trabalhista.
Ele lembra que o trabalhador pode se defender dessa agressão. “Felizmente a Constituição defende a dignidade de todos os cidadãos e a própria Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) prevê condições de igualdade para todos os trabalhadores”, concluiu.
O encontro reuniu cerca de 150 mulheres no auditório do Sitracom BG.