De um lado, empresários que focam no lucro e, de outro, trabalhadores que precisam garantir o sustento. E para intermediar e equilibrar essa disputa pela escala de trabalho ideal e justa, o sindicato tem papel importante. “O SITRACOM sempre esteve atento e garantiu a escala 5×2, por meio da negociação coletiva, que é a principal ferramenta sindical para as conquistas dos trabalhadores” comenta Adriana Machado de Assis, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.
Segundo Adriana, como sindicalista, “não poso ficar alheia ao que acontece com outras categorias. O debate sobre a jornada 6×1, em que o trabalhador tem direito a apenas um dia de descanso após seis dias consecutivos de trabalho, é motivo de constante de uma disputa entre trabalhadores e empresários. Importante salientar que essa escala pode comprometer a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. E os sindicatos desempenham um papel crucial na luta por condições de trabalho mais justas e pela revisão desse modelo”, destaca.
E a força e importância de uma entidade que representa os trabalhadores foi comprovada com a atuação do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, que não vai renovar os acordos coletivos que autorizavam a escala 10×1 na rede gaúcha de supermercado Zaffari. Por isso é importante que os trabalhadores mantenham diálogo com seus sindicatos e peçam ajuda quando enfrentam situações como essa, de trabalhar até dez dias seguidos para poder folgar um.
Exemplo do Japão
O Japão, que é a quarta maior economia do mundo em PIB nominal, está adotando, a partir de abril de 2025, inicialmente em Tóquio, uma nova escala de trabalho de quatro dias, com três folgas semanais – escala 4×3. O objetivo é melhorar a produtividade média do trabalho no Japão, que tem alcançado os piores índices, desde a década de 70, devido as horas de trabalho mais longas. Japão perdeu o terceiro lugar para Alemanha.