As empresas ligadas ao setor moveleiro de Bento Gonçalves terão até o próximo dia 31 de agosto para adaptar-se as normas de segurança prevista na legislação vigente. A partir desta data uma força tarefa formada por membros do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) passará então a realizar ações de fiscalização mais intensas visando diminuir os índices de acidentes envolvendo trabalhadores e também as doenças relacionadas ao trabalho. O aviso as empresas foi dado em uma audiência pública realizada no auditório do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG), pelos auditores dos ministérios.
O setor moveleiro vem demonstrando números alarmantes de males que atingem diretamente os trabalhadores. Dados revelados pelo INSS revelam que mais de 25% do contingente sofre com acidentes e doenças. “A sociedade não pode mais tolerar esta situação e por isso propusemos esta conversa com os lideres do setor. As normas que devem ser seguidas não são novidades e o que queremos é um trabalho conjunto para que tenhamos segurança dentro das fábricas”, ponderou o auditor fiscal do TEM, Vanius João de Araujo Corte. O representante do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest-Serra), José Ênio Andrade, órgão que apontou os principais problemas enfrentados dentro do setor considera que medidas urgentes devem ser tomadas. “Os números são alarmantes e temos que formar uma rede de colaboração, tal qual fizemos com o setor da construção civil. Temos que mudar a mentalidade de todos os envolvidos para reverter o quadro”, analisou.
A idéia é realizar um trabalho de conscientização como o que foi feito com a construção civil e que trouxe bons resultados. “As ações serão realizadas pela equipe de técnicos em segurança do sindicato de trabalhadores. Eles irão às empresas e apontarão os problemas que devem ser resolvidos. Conversarão com empregados e empregadores para dar todos os esclarecimentos possíveis para garantir a segurança. Somente em situações em que a empresa não estiver disposta a se adequar é que o MPT vai agir. Aí então haverá punições conforme as previstas na legislação”, esclareceu o auditor do MPT, Ricardo Garcia. Segundo ele, o que se quer é realizar um projeto de orientação e não de punição as empresas. A meta é a realização deste trabalho durante o ano de 2014 e após este prazo fazer uma análise dos resultados para que então se tome as devidas providências.
O presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes considerou a reunião muito positiva com a grande participação de empregadores. Para ele este quadro tem que mudar. “Temos um setor de alta tecnologia que realiza feiras de primeiro mundo, mas que também tem que ter segurança de primeiro mundo. Isto vai evitar que tenhamos perdas que são pagas pela sociedade”, concluiu. A partir desta reunião também será formada uma comissão formada com representantes do sindicato dos trabalhadores (Sitracom BG), sindicato patronal (Sindmóveis), MPT e MTE. A comissão também é aberta para a participação de outros órgãos e entidades interessadas em participar da ação.