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Audiência Pública analisa a segurança nos canteiros de obras em Guaporé

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG) realizou na sexta-feira (26 de agosto), mais uma Audiência Pública voltada para a construção civil. Desta vez o evento aconteceu em Guaporé, cidade que também faz parte da base do Sitracom BG.

Após várias vistorias em canteiros de obras deste município, os profissionais de segurança da entidade identificaram inúmeras irregularidades. Entre elas, o descaso com a segurança dos trabalhadores é a mais freqüente. Além disso, os sindicalistas também constataram a existência de outras irregularidades principalmente no que diz respeito a contratação de mão de obra. “Com um quadro preocupante que coloca em risco a vida de inúmeros trabalhadores, o sindicato precisou agir rapidamente e buscou a via do esclarecimento para tentar reverter a situação, disse diretor de educação do Sitracom BG, Ivo Vailatti.

Para prestar estes esclarecimentos, o sindicato realizou a Audiência Pública que teve como tema a “Segurança na Construção Civil ” Trabalho com Segurança e Dignidade”. O evento reuniu em Guaporé, trabalhadores, empresários, proprietários de obras e profissionais da área de segurança que debateram com representantes do Ministério Público do Trabalho, , Sinduscon RS, Cerest e CPMR , as questões relativas a segurança dos trabalhadores.

E realmente todas estas entidades estão envolvidas e comprometidas com a questão da segurança. O representante da CPMR Serra e do Sinduscon Caxias, Carlos Rech diz que não há mais porque se conviver com acidentes que podem e devem ser evitados. “O Sinduscon quer acabar com este problema que atinge o trabalhador e o empresário. Todos perdem com isso. Desta maneira estamos oferecendo cursos de formação para quem está começando a trabalhar e também patrocinamos material educativo”, comentou.

O médico do trabalho, José Ênio Fontoura de Andrade afirma que é preciso prevenir os acidentes. “O Brasil é o quarto país do mundo em número de acidentes e para mudar isso só contamos com o esclarecimento”, observou. José Ênio mostra um cálculo simples que pode ajudar muito nesta guerra contra os acidentes. Segundo ele, a cada real investido em segurança, outros dez são poupados. “Os casos de queda, choque elétrico e soterramentos são os que mais matam no Brasil e evitar que esta situação piore é uma problema coletivo”, disse.

O procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Garcia é uma das pessoas que realiza um trabalho de muita determinação no combate aos acidentes de trabalho. Ele comenta que a construção civil é a alavanca para o progresso que onde há desenvolvimento há construção. “Guaporé é pujante nesse desenvolvimento, mas o crescimento vem sendo desordenado”, analisou.

A partir disso, o procurador vê grandes problemas como a contratação de mão de obra pouco qualificada e a quase inexistência de investimentos em tecnologias que vão auxiliar na segurança. “Uma obra tem um custo de 2 a 3% em segurança e isso nem é custo é investimento”, observa. Para Ricardo, todos os proprietários de obras, empresários e trabalhadores devem saber das responsabilidades no uso de equipamentos de segurança.

“A responsabilidade pela segurança é do proprietário da obra, então ele deve estar atento a tudo o que acontece”, alertou. Ricardo Garcia atua numa área de fiscalização em que estão 66 municípios e mais de um milhão de habitantes. Seu grupo é formado por outros dois procuradores.

O presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes ficou satisfeito com os resultados da audiência de Guaporé. “Assim como fizemos em Bento Gonçalves há algumas semanas atrás, aqui também conseguimos reunir um bom número de pessoas interessadas em ter segurança no seu local de trabalho. Estas pessoas buscam aqui esclarecimentos e temos certeza de que elas farão o máximo para evitar que trabalhadores sofram com as mazelas que geram estes acidentes”, finalizou.