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Audiência Pública avalia a atuação das CIPAs no setor moveleiro

A situação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas do setor moveleiro foi avaliada em uma audiência pública promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG), Sindmoveis e Ascon Vinhedos com a participação do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego. O evento realizado na última sexta-feira (6) reuniu cerca de 300 pessoas no auditório do sindicato.

O principal motivo do evento foi o de avaliar a conduta destas comissões que por força de lei têm que existir, mas muitas vezes, por inúmeros motivos não têm uma atuação convincente. O resultado disso são CIPAs que existem praticamente apenas no papel e que não dão respaldo a segurança do trabalhador e ao mesmo tempo acabam atrapalhando o desenvolvimento da empresa. “A CIPA não está aí apenas para apontar defeitos ou para realizar vistorias. Ela vai muito além disso. Ela precisa apontar as melhorias e apontar o caminho certo a ser percorrido. O trabalhador precisa ter confiança no cipeiro e por isso o comprometimento dele é muito importante”, comentou o presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes.

A preocupação de Itajiba é compartilhada pelo presidente do Sindimóveis, Henrique Tecchio. “Temos que discutir estas questões que dizem respeito a segurança para garantir um ambiente de trabalho saudável. A CIPA tem um papel nobre dentro da empresa e sua atuação precisa estar em constante desenvolvimento”, observou. O vice-presidente da Ascon Vinhedos, Andrei Arccari destaca que a CIPA é um órgão essencial para a formação de um bom ambiente de trabalho. “Quando ela atua em sua forma plena gera ganhos para todos os envolvidos no processo produtivo”, avaliou.

O papel das CIPAs é tão importante para uma empresa que o procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Garcia considera que o órgão “é a vontade da instituição em fazer acontecer”. “A comissão é a cara da empresa, ela tem que ser o retrato da qualidade que a instituição quer ser”, destacou. Para ele, o afastamento de trabalhador por negligência é o mesmo que rasgar dinheiro. “Quem rasga dinheiro não cresce e se desenvolve. Não cuidar do ambiente de trabalho é o caminho mais curto para fechar as portas”, concluiu.

O gerente regional do Ministério do Trabalho, Vanius Corte lembrou que acidente de trabalho não é uma fatalidade, mas sim uma situação de negligência. “Se as normas de segurança forem seguidas não teremos acidentes e por isso a CIPA deve trabalhar sem seguir atalhos, focada em seus fins. Quando isso não acontece é por que ela está lá apenas para enfeitar a fachada”, observou. Ele destacou ainda que as vistorias feitas  pelo Sitracom BG que tem por objetivo de educar e conscientizar serão cobradas mais adiante. “Este trabalho é muito importante. Todos devem aproveitar para se adequar. Posteriormente serão feitas outras vistorias que terão caráter punitivo e sansões serão aplicadas pela fiscalização dos Ministérios do Trabalho e Emprego e pelo Ministério Publico do Trabalho”, enfatizou o gerente.