A sexta edição do Encontro da Mulher Trabalhadora promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG), abordou a temática da igualdade e a dignidade da mulher no seu local de trabalho e no lar. O evento reuniu aproximadamente 200 pessoas no auditório da entidade na noite da sexta-feira (6) e foi considerado um sucesso pela direção do sindicato.
“Buscamos a cada realização deste encontro, oferecer subsídios para que a sociedade como um todo tenha uma melhor compreensão do papel da mulher no lar e no trabalho. Entendemos que sua dupla jornada de trabalho que inicia em casa e continua na empresa deva ser cada vez mais valorizada e que seus direitos como cidadã sejam respeitados”, disse o presidente do sindicato, Itajiba Soares Lopes.
A diretora sindical Lionina Salete Cabral Piegas destacou que a conscientização e o debate sobre as questões que afetam diretamente a mulher são fundamentais para que se faça justiça. “A desigualdade na forma de tratamento entre os sexos é muito grande, mesmo realizando tarefas iguais somos discriminadas e nossos ganhos são inferiores aos dos homens. Faltam-nos com o respeito e falta reconhecimento pela grandeza do nosso papel na sociedade. E isso somente mudará se houver mudança na mentalidade”, avaliou. Segundo ela, é através de eventos como esse promovido pelo Sitracom BG e de outras ações de conscientização que o quadro poderá ser mudado. “Queremos apenas o reconhecimento da nossa condição de mulheres, de chefes de família, de mães e de cidadãs”, conclui Lionina.
O 6º Encontro da Mulher Trabalhadora do Sitracom BG contou a participação de uma equipe de policiais civis das delegacias de Bento Gonçalves que abordou a questão da violência a que são submetidas as mulheres, sempre destacando a importância de se manter a auto-estima e a valorização em alta. “Quando a mulher faz isso as pessoas que a cercam seguem o mesmo caminho e passam a respeitá-la ainda mais. Além disso, ela também contribui para minimizar os problemas relacionados com a violência”, argumentou a policial Tanise Marachin.
As orientações da equipe de policiais são para que as mulheres não aceitem a violência de forma alguma. “A violência pode acometer a mulher de várias formas, seja ela física, moral, discriminatória ou sexual. Mas temos que ter em mente que é dever de toda a sociedade e das pessoas de bem, denunciá-la para que se faça justiça”, disse Tanise. “Os tempos são outros. Hoje a mulher tem como se defender das agressões e para isso ela precisa de conhecimento sobre os seus direitos. Ela tem assegurado por lei todos os meios de garantir sua plena cidadania e todos devem contribuir para que isso aconteça”, argumentou.
A policial também destacou que a sociedade não pode mais admitir que mitos machistas continuem imperando no dia a dia da mulher. “Mulher não gosta de apanhar. Em briga de marido e mulher é obrigação meter a colher. Ela não é culpada pela violência apenas por se bonita e ser considerada sedutora. Não podemos mais nos calar e acreditar em mitos covardes como estes”, concluiu.
Outra participante do encontro foi a educadora Maria Muccillo que compartilhou com os participantes do encontro suas experiência de vida. Em sua explanação, Maria deixou claro que não há motivos para que haja uma guerra entre os sexos e que as mulheres não têm o objetivo de ocupar o espaço dos homens. “O que queremos é evoluir como ser humano e como parte da sociedade. Consideramos que a mulher quer apenas ocupar o espaço justo que lhe pertence por direito”,observou. Respeitar o sexo feminino, sem submetê-las a regras machistas e condições degradantes é, segundo ela, condição básica para se alcançar uma situação de igualdade e justiça. “Temos capacidades distintas que nos colocam em condição de igualdade e esperamos que isso seja respeitado por todos”, concluiu.