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Sitracom BG marca presença forte no FSM Serra

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG) marcou forte presença durante a realização do 2º Fórum Social Mundial da Serra Gaúcha. O evento que é realizado por entidades sindicais e sociais dá eco às vozes que se erguem contra a política neoliberal que assola o mundo diminuindo cada vez mais os direitos trabalhistas, aumentando o desemprego e a concentração de renda.

Além disso, esta política baseada na mais selvagem prática capitalista, sucateia a saúde, a educação, o estado e as condições de vida da maioria da população no interior do Brasil, do Rio Grande do Sul e da Serra Gaúcha. É por isso que o FSM Serra constituiu-se numa das maiores manifestações de oposição ao neoliberalismo e de elaboração de alternativas as consequências dessas políticas na vida dos trabalhadores e também na vida do planeta.

Na segunda edição do evento, o Sitracom BG novamente participou do êxito temático “Mundo do Trabalho”, onde foram abordados temas ligados diretamente a vida do trabalhador, tanto nas questões financeiras, como sociais e saúde. O diretor de educação da entidade, Ivo Vailatti lembrou a situação dos trabalhadores de Bento Gonçalves. O crescimento chegou a 20%, mas o repasse ao trabalhador ficou em média apenas 3%, criticou o sindicalista. Para ele, é preciso a união de todos para mudar este quadro. Temos que mostrar a estes empresários o repúdio dos trabalhadores pelo não reconhecimento do seu valor, comentou.

Uma participação especial no eixo foi a do educador popular, Cláudio Nascimento, que defende mudanças urgentes no modelo econômico vigente. Começamos a vislumbrar o desenvolvimento, mas ele tem que ser impreterivelmente social e econômico, observou. Ele não dá uma receita pronta para alcançar este equilíbrio, mas considera que é preciso trabalhar o que classifica como inédito viável. A fórmula ou receita ainda não existe, mas é preciso democratizar este desenvolvimento e para viabilizar isto precisamos de muita mobilização e muitas idéias, concluiu.

O economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos (Dieese) Ricardo Franzoi, resumiu o tamanho do desafio que os trabalhadores têm pela frente. Transformar o crescimento das riquezas em uma situação de distribuição em igualdades. Segundo ele, a atual política salarial vai elevar o mínimo a um patamar nunca visto antes, o que vai ajudar muito na forma de inverter a situação de concentração de renda. Serão os baixos salários dos brasileiros que darão segurança para a economia interna quando os países mais afetados pelo neoliberalismo não tiverem a força que já tiveram no passado, concluiu.

Ainda no eixo do trabalho, o médico Rogério Dorneles lembrou o descaso com a saúde do trabalhador. Temos 750 mil acidentes de trabalho por ano no Brasil. Destes, 2.800 morrem e 14 mil ficam inválidos. Mas não aparecem nestas contas os servidores públicos, os informais e os trabalhadores rurais, além, é claro da grande maioria que não é registrado.

Para o presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes, a participação da entidade, juntamente com todas as outras foi muito positiva. Representamos uma classe trabalhadora que passou por muitas barreiras e que no seu dia a dia ainda enfrenta a resistência do capitalismo que insiste em cercear seus direitos. Desta maneira é primordial para todos que nossa participação seja sempre intensa e dura na defesa dos interesses dos trabalhadores, concluiu.