Uma delegação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG) integrou as manifestações que marcaram o Dia Nacional de Luta contra o PLC 30, que se aprovado no Senado Federal vai estender as terceirizações para qualquer função em empresas privadas e no serviço público. Atualmente a possibilidade de terceirizar está restrita às atividades de apoio, preservando as atividades fins para trabalhadores diretamente contratados ou concursados.
Na última sexta-feira, (29), os trabalhadores paralisaram as ruas do centro de Porto Alegre numa marcha que reuniu milhares de pessoas. A delegação do Sitracom BG uniu-se ao movimento, numa caminhada de aproximadamente 10 quilômetros. No percurso os manifestantes fizerem paradas estratégicas. Uma delas em frente à sede da Fecomércio, entidade empresarial que mais pressiona pela aprovação da PLC 30. Outra parada aconteceu em frente à prefeitura de Porto Alegre, em apoio à paralisação dos servidores municipais da Capital que têm sofrido ameaças de corte do ponto. A caminhada encerrou com uma grande manifestação em frente ao palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, onde representantes de diversos movimentos sociais e de centrais de trabalhadores fizeram seus pronunciamentos em defesa dos direitos conquistados.
O sindicalista Arcelo Rossini, do Sitracom BG, que integrou a delegação, alerta para os perigos da aprovação da lei da terceirização. “Viemos para a mobilização porque isso é um dever de todos aqueles que defendem as causas trabalhistas. Não podemos admitir que o trabalhador seja contratado como pessoa jurídica para qualquer atividade dentro da empresa. Isso significa que ele será contratado sem qualquer direito trabalhista como férias, 13º salário, horas extras, FGTS, INSS e outros direitos conquistados”, explicou.
Para o presidente do sindicato, Itajiba Soares Lopes, a aprovação da PLC 30 é um retrocesso muito grande que escraviza o trabalhador. “Essa é uma tentativa muito forte por parte das elites que querem acabar com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Não podemos voltar aos tempos da barbárie e da escravidão. Evolução é o que nos interessa não o retrocesso”, denunciou.